quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Centro Acadêmico

O Centro Acadêmico é o núcleo central de toda a rede do Movimento Estudantil. É nosso canal mais próximo ao estudante de cada sala de aula. Só com Centros Acadêmicos fortes e atuantes espalhados pelos quatro cantos do país que poderemos ter um movimento estudantil forte. A força da UNE se assenta na força e representatividade dos Centros Acadêmicos. Por isso é preciso construir e fortalecer essas entidades.

Cabe ao CA realizar as discussões com os estudantes do curso para encontrar soluções para os problemas enfrentados, seja na relação com os professores, temas vinculados aos conteúdos e currículos dos cursos, ou mesmo questões administrativas.

O CA deve ser um fiscalizador das atividades da instituição, lutar contra o aumento das mensalidades e contra as ações que firam o direito dos estudantes inadimplentes, por exemplo. Nas universidades públicas, deve observar as formas de aplicação dos recursos e a transparência na gestão da instituição lutando contra o sucateamento da universidade.

A diretoria do Centro Acadêmico deve garantir que haja representação discente nos departamentos, colegiados, congregações, nas Comissões Próprias de Avaliação – CPA´s que fazem parte do Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.

O CA deve, também, organizar atividades acadêmicas (palestras e seminários, festas, confraternizações, a calourada, festivais de arte e cultura, atividades esportivas, etc). Ser um espaço de vivência e de referência para os estudantes do curso.Por ser o principal elo entre os estudantes do curso e as entidades gerais (DCE, UEE e UNE), o Centro Acadêmico deve estar em sintonia com o calendário do movimento estudantil e participar das atividades da UNE e das UEE's.

Cartilha dos C.A's e D.A's



http://www.une.org.br/home3/publicacoes/pdf/cartilha_cas_1__pdf.pdf

Cartilha Reforma Universitária da UNE



http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/img/cartilha_reforma_universit_ria_reduzida_pdf.pdf

No dia 1 de fevereiro de 2007, a UNE recuperou sua casa após uma manifestação histórica pelas ruas da capital carioca.

Caminhando para o aniversário de 2 anos da Retomada do terreno (Durante a 5ª Bienal da UNE RJ)

No dia 1 de fevereiro de 2007, a UNE recuperou sua casa após uma manifestação histórica pelas ruas da capital carioca. Os estudantes ocuparam o terreno, que foi incendiado pela ditadura militar em 1964, e onde até o ano passado, funcionava um estacionamento irregular.

Participaram da retomada ex-presidentes da UNE de diversas épocas. Os milhares de jovens de todas as regiões do país chegaram com tambores, balões e músicas em uma grande culturata, passeata artística que encerrou a 5ª Bienal de arte e cultura. Os estudantes ficaram acampados por vários meses até sair a resolução na justiça: o terreno realmente pertence a UNE / UBES.

Hoje, a sede histórica tornou-se um grande celeiro cultural, com manifestações artísticas dos mais diferentes tipos promovidos pelo Centro Universitário de Cultura e Arte do Rio de Janeiro (CUCA-RJ) e também por entidades estaduais e municipais.




História das Bienais da UNE...

A UNE foi precursora de importantes movimentos culturais na sociedade brasileira. O Centro Popular de Cultura (CPC) é o mais bem sucedido deles e nos anos 60 animou a cena artística brasileira com novas experiências no campo da pesquisa e da produção cultural. Participaram do CPC nomes como Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Ferreira Gullar, Vianinha, entre outros. O projeto foi encerrado com o Golpe Militar de 1964

Retomada Cultural

De lá para cá, as questões políticas que envolveram as entidades estudantis – a repressão, a clandestinidade e a reorganização– determinaram um período de instabilidade das atividades culturais ligadas aos estudantes. Mas o trabalho cultural da UNE foi retomado com vigor durante as Bienais de Cultura e Arte (Salvador, 1999; Rio, 2001 e Recife-Olinda, 2003), quando foram lançadas as bases do projeto do Circuito Universitário de Cultura e Arte, os CUCAs.

1ª Bienal - Com a realização da primeira Bienal da UNE, em 1999, na cidade de Salvador, a entidade retomou seu papel de referência no cenário cultural brasileiro e passou a influir novamente nos rumos do debate sobre a elaboração das políticas pública para a área.

A Bienal reuniu cerca de 5 mil estudantes, além de diversas personalidades do mundo acadêmico, científico e artístico. A diversidade de opiniões sobre a cultura e seus desdobramentos se deu pelo olhar de artistas como Leline, Chico César, Jorge Mautner e o grupo Racionais MC’s (com uma apresentação memorável).

2ª Bienal - A iniciativa se consolidou de vez em fevereiro de 2001, com a realização da 2ª Bienal, no Rio de Janeiro, onde começou a discussão sobre uma forma mais contínua de fomentar a produção cultural e artística nas universidades. O "Lado B" (espaço para programação não-oficial) e o "Lado C" (visita e interação com as comunidades dos morros do Rio de Janeiro) foram as grandes novidades. Mas o grande fato que marcou esta edição foi o amadurecimento do trabalho cultural da UNE, que se expressou no lançamento do Circuito Universitários de Cultura e Arte, o CUCA da UNE.

Além disso, nesta edição a entidade propôs que as a

tividades do festival subsidiassem a reflexão do tema "Nossa Cultura em movimento", instigando uma discussão sobre a diversidade cultural brasileira. Desta vez, mais de 8 mil jovens participaram. As presenças marcantes foram Augusto Boal, Ziraldo, Oscar Niemeyer, O Rappa e Tom Zé.

3ª Bienal - Até que se chegasse à 3ª Bienal, várias ações e intervenções foram realizadas pelo CUCA. Fundou-se em São Paulo o primeiro núcleo do projeto e a partir daí realizaram-se seminários nacionais. Surgiu o jornal "Encucado" e houve a aproximação do CUCA com grupos artísticos: o projeto de artes plásticas PIA (Projeto de Interferência Ambiental) e o grupo teatral paulista Companhia São Jorge de Variedades. Etapas preparatórias foram realizadas em diversos estados, como a 2ª Bienal da UEE-SP e a etapa mineira, da UEE-MG, em conjunto com o Festival Coração de Estudante de Musica Universitária.

A Bienal realizada em Recife, em fevereiro de 2003, veio para consolidar o projeto CUCA e iniciar a formação de uma rede cultural estudantil organizada nas universidades do país. Naquele ano, a partir da temática "Um encontro com a cultura popular", o festival trouxe uma programação que discutiu a identidade cultural do povo brasileiro. Foi o momento também de avaliar a postura do novo governo eleito em relação às políticas culturais e à valorização da cultura popular. Participaram o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o escritor Ariano Suassuna.


4ª Bienal - Em 2005, com o tema "Soy Loco por ti América", a 4ª Bienal teve o propósito de provocar uma reflexão sobre as possibilidades da integração do continente, a partir do diálogo entre a cultura e as diversidades de seus povos. O festival ocorreu em São Paulo, paralelo ao XIV Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes (CLAE), fato que viabilizou a vinda de grande número de participantes de outros países. O tema do congresso, "Outra América é Possível", reforçou a idéia de unidade e integração latino-americana ao propor mudanças na área econômica, política e social. Personalidades como o ministro da educação de Cuba, Vecinno Alegrete; Aleida Guevara (médica cubana e filha de Che); Enio Candotti; Mino Carta; e Aziz Ab’saber marcaram presença.

Este último encontro também serviu de espaço para mostrar as experiências dos 10 núcleos CUCA’s formados no Brasil entre o intervalo das Bienais. O "Espaço CUCA" foi um dos principais locais do festival, servindo de referência para os interessados em conhecer o trabalho cultural desenvolvido pela UNE.

5ª Bienal – em janeiro de 2007, como tema "Brasil-África: um rio chamado Atlântico", a 5ª edição da Bienal da UNE aportou novamente no Rio de Janeiro, desta vez para propor a mais de 8 mil universitários de todo o País o debate sobre a influência africana na cultura brasileira.

Baseada na leitura do livro homônimo do historiador, diplomata e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva, a 5ª Bienal possibilitou aos participantes compreender que a identidade nacional passa pelo entendimento de que somos um povo em formação, novo, mestiço. Pensar que para além do tráfico negreiro, houve uma relação de enorme troca cultural entre os dois continentes.

Durante os 7 dias de festival foram 42 debates, com a presença de 170 convidados de altíssimo nível; entre eles o cantor e a época Ministro da Cultura, Gilberto Gil, o escritor angolano sensação na Flip de 2006, Ondjaki, os cantores Lenine, Naná Vasconcelos, Carlos Lyra, o escritor Ferreira Gullar entre outros. Foram 64 oficinas, ministradas por 72 profissionais de diversas áreas. Toda noite, claro, o fino da música brasileira com 15 grandes shows.

A 5ª edição também bateu recorde de inscrições: 1.304 trabalhos e 237 projetos selecionados, com a participação de 440 artistas universitários. Além disso, o festival envolveu 41 "Pontos de Cultura" do Rio de Janeiro, abrindo espaço para o diálogo entre as mais diversas manifestações culturais.

6ª Bienal venha você construir essa história!



Por uma Universidade Popular: Esta é nossa luta



"(...) a universidade deve ser flexível... deve se pintar de negro, de índio, operário e camponês.Ou então ficar sem portas; para que o povo possa invadi-la e pintá-la com as cores que ele
quiser".
CHE GUEVARA

Mudança nos meios de Comunicação - Comunicação como um bem público



O debate sobre democratização e concessão publica da comunicação tomaram corpo no dia 5 de outubro de 2007, quando venciam as concessões de cinco grandes emissoras nacionais em vários estados do País. Este debate não deve ser somente um afronte as grandes empresas que detém o controle da grande mídia, mas sim, um momento de debatermos a concessão de serviços públicos e a comunicação com um direito, um bem público. As emissoras de TV acabam sofrendo uma resistência maior por ter o acesso mais fácil dentro da casa da maioria dos brasileiros.
Cerca de 98% dos brasileiros tem televisão em casa (segundo o IBGE, existem mais casas com televisores do que com geladeira, por exemplo). Porém, apenas 10% da população têm acesso aos jornais impressos, internet e revistas. A TV é, portanto, o meio de comunicação responsável não apenas pela informação, mas, principalmente, pela construção de valores no nosso país. Praticamente detém o monopólio da comunicação e, literalmente, faz a cabeça da população. Mas se a concessão é publica, quando e como poderemos opinar sobre ela? Países Europeus, que tem um debate bem mais aprofundado sobre esse tema, já passaram por esse momento e tomaram decisões importantes. Vários países criaram leis de comunicação de massa, ou até instituíram órgãos de controle social sobre meios de comunicação. Garantindo uma ampla diversidade de programação. Inclusive tendo poderes de cassar a concessão se o órgão de comunicação não seguir o que a regulamentação local exige.

Nesse sentido a UNE e os demais movimentos sociais de democratização da mídia
(Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação - e FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) devem construir políticas de controle social sobre o debate de concessões publicas, e exigir a saída de Hélio Costa do Ministério da Comunicação.

Democratizar a UNE – Diretas Já!!!

Como meio de democratizar a UNE e coloca - lá cada vez mais como referência de luta dos estudantes brasileiros o Movimento Mudança defende eleições diretas pra entidade.

Você deve estar se perguntando: Lá vem a galera da Mudança mais uma vez pautar Diretas na UNE! Será que eles não sabem que as Diretas foram derrotadas no último CONUNE?

É claro que a gente sabe, mas para nós, o CONEB é um momento muito importante na vida política da UNE, e não foi à toa que lutamos por oito anos para ele acontecer. Além de envolver o C.A., que é a entidade mais perto do estudante no seu dia-a-dia, o CONEB não tem eleição de Direção da UNE o que torna um fórum basicamente de aprofundamento das pautas políticas. Mais importante do que quantos diretores cada chapa vai fazer, é os C.A. 's que saem de todo canto do Brasil e vão ao CONEB debater política.

Para nós, a política é o mais importante. Por isso defendemos Diretas na UNE. Porque achamos que cada estudante tem que debater e definir as pautas da entidade que o representa. Acreditamos que a eleição de delegados por urna, dentro de cada Universidade já foi um avanço para a entidade, contando com a participação de mais de 800 mil estudantes. Mas vai ser muito melhor a Direção da UNE ser eleita por mais de 800 mil pessoas.
Sabemos que estatutariamente o Congresso é o fórum mais representativo da UNE, e no último CONUNE a Mudança foi derrotada na votação das diretas. Mas, como para nós o mais importante é a política, não viemos aqui pedir o seu voto, queremos pedir que você faça o debate no seu C.A., na sua sala de aula sobre as eleições Diretas.

Democratizar a UNE passa por MUDANÇA na eleição da sua direção!

Por que Importante é o Movimento?!

O Movimento Mudança Universitário é um campo político do Movimento Estudantil brasileiro, organizado em varias esferas (CA’s, DCE’s, UEE’s, Federações e Executivas e na fóruns de extensão e pesquisa, grupos artísticos e culturais e na UNE). A Mudança é um campo de esquerda e democrático que busca através da pratica fazer com que o movimento estudantil brasileiro esteja nas lutas e no dia a dia dos estudantes em nosso país.
Nossa organização se dá a partir de núcleos de base organizados em cada Universidade e são os representantes desses núcleos que tomam as decisões mais importantes sobre nossa política e sua execução. Esse método já demonstra onde, para nós, está mais importante do movimento estudantil: nas organizações de base
O Movimento Mudança, portanto, é uma organização nacional de estudantes, grupos e entidades de base que têm opiniões semelhantes sobre o mundo, o Brasil, a Educação e o Movimento Estudantil. E que, percebendo a semelhança entre suas idéias e sua prática, unificam-se em todo o país para que, assim, com um monte de mudança em um monte de
lugares, as mudanças fiquem mais fortes, cresçam e continuem mudando a universidade e o movimento estudantil.

Por isso nosso mote é “o Importante é o Movimento” porque só com movimento – e não apenas com discurso – a gente muda de verdade.

Programação do CONEB


12º CONEB da UNE

Universidade popular: o desenvolvimento do Brasil passa por aqui.

Dia 17 – Sábado

9h – Mesa de Abertura:

A crise financeira e o papel do Estado brasileiro no desenvolvimento da nação
(Conjuntura e perspectivas para o desenvolvimento nacional)

11h – Intervenção artística com grupo local
12h – Almoço
14h – Conferência 1:

1 – A universidade no centro do desenvolvimento da América Latina e do Brasil
(A universidade no centro da integração Latino-Americana e do desenvolvimento do Brasil: importância da produção científica e do papel da universidade no desenvolvimento das culturas nacionais )

18h – Atividade Cultural
19h – Jantar

20h – Espaços de Convergência:
1. Encontros de Curso organizados pelas executivas e federações
2. Atividades autogestionárias inscritas pelo site da UNE

22h – Show com bandas locais


Dia 18 - domingo

9h – Conferência 2 - O caminho da democratização da universidade brasileira
(Um debate sobre democracia interna, democratização do acesso, dos métodos e das próprias estruturas da universidade e o papel da pesquisa e da extensão)

12h – Almoço

14h - Painéis de Educação:

  • 1. Pesquisa
  • 2. Ensino Profissional e Tecnológico
  • 3. Extensão Universitária
  • 4. A ameaça da desnacionalização e os desafios da regulamentação do Ensino Privado
  • 5. Estruturação Acadêmica e currículos
  • 6. Democracia e participação na universidade
  • 7. Democratização do acesso
  • 8. Os desafios das universidades estaduais e fundações municipais
  • 9. Políticas de Permanência e Assistência Estudantil, ProUni e FIES
  • 10. Avaliação e a luta pela qualidade
  • 11. Fundações Privadas
  • 12. Autonomia Universitária
  • 13. Financiamento
  • 14. HU

16h30 – Intervalo

17h - Oficinas e GTs:


  • 1. Democratização da Comunicação
  • 2. CUCA
  • 3. Movimentos Sociais
  • 4. Mov. Mulheres
  • 5. Mov. Negro
  • 6. Meio-ambiente
  • 7. Projeto Rondon
  • 8. Ouvidoria do Estudante
  • 9. MME
  • 10. Inclusão Digital e Software Livre
  • 11. Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia
  • 12. Petróleo
  • 13. A Amazônia como espaço de integração na AL
  • (Lançamento da campanha da UNE em defesa do desenvolvimento sustentável e soberano da Amazônia – “Preservar sem entregar”)
  • 14. 20 anos do SUS: conquistas e desafios

19h00 – Jantar

20h – GTs de ME:


  • 1. GT de Comunicação
  • 2. GT de Financiamento do ME
  • 3. GT de Representação Discente
  • 4. Encontro dos estudantes beneficiários do ProUni e do FIES
  • 5. GT de Esporte
  • 6. GT de Cultura
  • 7. GT de organização do ME
  • 8. GT de universidades pagas
  • 9. GT de universidades federais
  • 10. GT de universidades estaduais e municipais


22h - Atividade Cultural: bandas locais


Dia 19 - Segunda

9h - INÍCIO DA PLENÁRIA FINAL

20 – Terça-feira

9h - PLENÁRIA FINAL (margem de segurança)

18h - Abertura da VI Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE

Extensão Popular: resignificando a Universidade e construindo outra perspectiva de luta para o Movimento Estudantil



Nos últimos anos, observamos uma notória hegemonia do paradigma neoliberal sobre nossa sociedade, que entre outros aspectos, atingiu de forma incisiva a Educação Superior. A Universidade Brasileira sofre um acentuado processo de mercantilização. Temos hoje 75% das matrículas nas Instituições Pagas, que em sua grande maioria não passam de empreendimentos comerciais, onde a Educação é uma mercadoria a ser vendida a um custo mínimo. E nas Instituições Públicas, também consumidas pela lógica do mercado, o princípio da função social da universidade é um conceito que necessita de resistência para continuar a existir.A Universidade é um dos grandes instrumentos para a libertação do nosso povo. Perdê-la para os interesses do capital seria um golpe criminoso no processo de emancipação política, social e econômica do nosso País. E precisamos, com urgência, apontar saídas para esse quadro.

É necessário que o Ensino Superior dialogue com os setores populares, através da extensão universitária, notadamente a extensão popular. Esse diálogo deve ser fraterno e horizontal, respeitando-se as diversidades culturais e relacionando o saber científico com o saber
do povo. Dessa forma, estaremos construindo uma produção acadêmica socialmente referenciada
e uma Universidade protagonista no processo de emancipação das pessoas.Além disso, é necessário afirmar que o conhecimento científico não nos basta. É preciso que os estudantes, através da extensão, também incorporem o conhecimento popular, lapidado e construído ao longo de gerações. As tradições populares são uma grande fonte não só para uma formação mais humanizada, mas também para preparar os estudantes para os complexos desafios que a conjuntura social nos impõe.

Por fim, a extensão é fundamental para uma formação crítica. Através do contato com o povo, passamos a questionar o modelo neoliberal e os valores individualistas que nos são impostos pela própria Universidade, pelo mercado e pelos meios de comunicação de massas. A superação do modelo de Educação bancária e tecnicista que temos hoje no Brasil passa pela valorização da extensão e da educação popular enquanto elementos problematizadores de nossa realidade social.
A Universidade Brasileira, conforme estabelecido pelo artigo 207 da Constituição Federal, está construída sob a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Precisamos trazer a extensão popular para o centro da agenda do movimento estudantil, disputando o seu paradigma ideológico em todas as universidades e estâncias da Educação e garantindo a sua existência em todo o Ensino Superior. Para tanto, é preciso que a extensão tenha um financiamento próprio e permanente.

E esse é um desafio que só será consolidado se toda a rede do movimento estudantil se entender como protagonista desse processo. A UNE, as UEE’s, as Executivas, os DCE’s e os CA’s precisam pautar a extensão popular no cotidiano das lutas e fazer dela o elemento norteador do ensino e da pesquisa.
Falar em função social da Universidade sem colocar a extensão popular como elemento fundamental é divagar em um conceito vazio. O movimento estudantil precisa resignificar a sua atuação, percebendo que a extensão popular deve estar no pilar central do nosso projeto histórico de Universidade. Derrotar o modelo tecnicista hegemonizado na Educação
Superior e construir a luta do povo dentro das Universidades a partir da extensão é sem dúvida o grande desafio que está posto ao movimento estudantil brasileiro.

Feminismo



A cultura hegemônica atual dissemina diversas formas de opressão às mulheres. A desigualdade de gênero, mesmo sendo admitida algumas vezes, não é reconhecida por muitas pessoas, inclusive mulheres. Essa leitura equivocada da realidade, em conjunto com outros fatores, contribui para que a luta contra esta opressão perca força, e faz com que ela se perpetue na nossa sociedade pelas próximas gerações.A grande luta colocada para as mulheres do nosso século é eliminar essa cultura repleta de opressões. Para isso, precisamos delimita-lás e saber como elas agem e nos prejudicam, pois é através deste reconhecimento que poderemos mostrar à sociedade a conjuntura vivida pelas mulheres na sociedade atual. Além disso, com essa delimitação, podemos apontar medidas eficazes para a mudança de comportamento de todos com relação à mulher, desde o modo ideal de tratamento que ansiamos dos homens (e mulheres), até o direito ao nosso espaço nos mais diversos campos da sociedade de forma igualitária.
O desafio é muito grande! Para sabermos como essa cultura de opressão à mulher se manifesta precisamos inicialmente entender nossas próprias diferenças e semelhanças com relação aos homens, e também entre nós mesmas, e a partir disso elaborarmos nossa ação. Uma frase importante para reflexão do sociólogo português Boaventura de Souza Santos:“todos temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza e o direto a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza”. Este pensamento, muito disseminado na luta racial, também reflete o modo que devemos encarar a luta feminista. Não queremos ser iguais em tudo, e nem podemos.
Entretanto, não podemos admitir que estas diferenças façam com que os homens se sintam superiores às mulheres, muitas vezes explorando-as, inferiorizando-as, e tornando-as apenas objetos sexuais. Não podemos permitir que existam espaços que inexplicavelmente são “de homens”, como a própria política, por exemplo. Devemos lutar por uma MUDANÇA da concepção da mulher na sociedade atual. È preciso admitir que o homem também sofre imposições culturais, e que devemos levar essa premissa em consideração na nossa luta. É evidente que sofremos muito mais com a cultura atual, mas somente admitindo a opressão sofrida pelo homem é que poderemos ter uma empatia mais satisfatória, o que fará com que a mudança de pensamento possa ser iniciada por todos. Levando-se em conta essas premissas poderemos fortalecer a luta que é de tod@s nós: de todas que ainda crianças sentimos a diferença de tratamento entre nós, filhas, com relação aos nossos irmãos; de todas que sofremos alguma violência sexual; de todas que desejam condições iguais de inclusão e remuneração no mercado de trabalho; de todas que desejam o fim do machismo e do falso moralismo de nossa sociedade, que oprime a mulher a se comportar sob várias inibições e imposições culturais; de todas que querem ter o direito de escolher sobre suas próprias vidas! Esta luta é das estudantes, donas de casa e trabalhadoras, e também de vocês, homens que compreendem e apóiam a nossa causa. A luta é nossa!

“Ela está morrendo de tanto sangrar”

Esta frase, retirada do romance de Eça de Queiros, “O Crime do Padre Amaro”, expressa com perfeição o que ocorre com milhões de mulheres em todo Brasil (e também no mundo) no que diz
respeito ao aborto. Tal prática, realizada desde as sociedades antigas e pré-industriais, é a causa,
atualmente, de 70.000 mortes de mulheres por ano. Aqui no Brasil, configura-se como a terceira
causa de morte materna.
Na realidade, o índice do aborto deve ser ainda maior do que o apontado, visto que, devido à ilegalidade, sua prática é exercida na clandestinidade. E sem contar que os índices de infecções e hemorragias encobrem seqüelas de tentativa de aborto realizada em más condições. É de se notar que a lei penal perdeu sua eficácia, pois não é capaz de inibir incontáveis abortamentos realizados no nosso país.
Decerto, não é função do Estado controlar o corpo da mulher, muito menos querer usar argumentos em defesa da vida. Primeiro porque sabemos que não há uma definição precisa de quando esta começa, o que existe são apenas teorias. Segundo porque é direito das mulheres terem autonomia sobre seu próprio corpo, sua sexualidade e reprodução e isso deve ser garantido pelo Estado. No mais elas também possuem direito de recorrer a sua propria consciência para que possa tomar decisões éticas.
Teorias a parte, sabemos que nem elas, nem o Direito Penal, muito menos opiniões subjetivas são mais fortes do que as causas que uma mulher possui para abortar. Daí porque esse tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública. Segundo relatos da CPI da Mortalidade Materna, realizada em 2001, “o aborto em más condições é visto como um problema de saúde pública e representa risco maior para as mulheres pobres e jovens”.
Isso tudo nos faz refletir quanto à permissão do Estado brasileiro de realizar abortamentos. Sua proibição leva a práticas clandestinas, o que implica sérios riscos à saúde e à vida da mulher, aumentando o risco de óbito desta devido a complicações decorrentes. Lembrando ainda que o aborto é permitido em casos de estupro ou risco de vida da mãe, só que muitos/as profissionais de saúde se recusam a realizar tal prática. É preciso sensibilizar tantos futuros/as profissinais como os/as proprios para a causa.

Aborto legal e seguro, é direito de toda a mulher!

Libertem as plantas! Pela legalização da maconha!


A cannabis está enraizada na cultura de diversas sociedades do globo e segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2007, ela é utilizada por 3,8 % da população mundial (aproximadamente 160 milhões de pessoas). A criminalização da maconha impede a utilização de seus valores terapêuticos e homeopáticos, favorece o narcotráfico e a violência e dificulta a construção de políticas públicas para o tratamento de usuários e a prevenção.
A hipocrisia do estado brasileiro de colocar a culpa no usuário pela manutenção do tráfico de drogas inverte a ordem de prioridades, e a repressão e o autoritarismo falam mais alto do que a discussão sobre respeito das liberdades individuais e os efeitos da droga na saúde das pessoas. Nunca houve casos de overdose causada pela maconha, além do que, a droga é utilizada para tratamento do câncer e da Aids em casos mais graves.

O Movimento Mudança, que está presente nas lutas contra a opressão sobre os estudantes e a juventude, acredita que este debate deve ser feito de forma franca e aberta na sociedade brasileira. È necessário dialogar com a sociedade na perspectiva do uso da cannabis ser visto como um problema de saúde pública e não como uma questão policial, de segurança publica. Mais do que isso, devemos fazer o debate de porque que drogas que são muito mais prejudiciais a saúde, como o cigarro e o álcool, são liberadas e há pouco ou nenhum questionamento do estado sobre o seu consumo. A indústria do álcool vicia, mata e alimenta a violência em índices infinitamente superiores que a maconha. A diferença é que esta indústria é altamente lucrativa, diferentemente da cannabis que pode ser cultivada em casa e ter uma cultura artesanal.
É importante também que discutamos a quem serve manter a maconha na ilegalidade. A experiência de repressão sobre o uso de drogas que observamos nos século XX mostra claramente que o sistema atual não traz qualquer resultado, pois a quantidade de usuários vem aumentando, bem como o poder do tráfico. Para alguns setores, a cannabis é mais lucrativa sendo proibida, por toda a estrutura que o Estado dispõe com a repressão, pelo milionário e corrupto trafico de drogas (que financia até políticos) e pelo sistema de propinas que este quadro cria.
A União Nacional dos Estudantes em seu congresso passado aprovou em plenária final a resolução em defesa da descriminalização das drogas. Neste sentido, apresentamos para ao conjunto dos movimentos que compõem a UNE a necessidade de pautarmos a defesa da legalização da maconha e a participação em todas as atividades que levem este debate para a sociedade.
Também exigimos o fim do cerceamento desse debate! A Marcha Mundial da Maconha, que é um movimento global pela legalização da cannabis, neste ano foi proibida em 9 das 13 cidades onde ela iria acontecer, através de uma articulação entre setores conservadores da Igreja e do Ministério Público, em um grave atentado à democracia e à liberdade de expressão, conquistadas a duras penas pela sociedade brasileira.
Lutamos para viver em uma sociedade que garanta o livre arbítrio e o respeito às escolhas de cada um, uma sociedade que garanta as liberdades individuais. Acreditamos que esta pauta deve ser melhor bem debatida com o conjunto do ME brasileiro, para que nos posicionemos ao lado dos estudantes e da juventude por um mundo com mais respeito entre as pessoas e direitos garantidos.
Por um debate franco e aberto sobre a legalização da maconha!